Eu parei de usar o meu iPhone (Viciado).

Eu parei de usar o meu iPhone (Viciado).

Vendi o meu iPhone... Não estava a viver!

Luís Diogo

8 min leitura

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23 de fev. de 2024

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Tecnologia

Vendi o meu iPhone.
Partilhei no Instagram.
E foi um erro. 
Hoje vou partilhar aqui, contigo, a minha decisão. 

A minha decisão foi lógica.
Pensada.
Levou tempo. 
E é tudo menos radical. 

Certo, deixei o WhatsApp.
As redes sociais.
O email.
A internet no geral. 
Mas os dados estão favoráveis à minha escolha.
A escolha de viver sem smartphone.


O MEU NÍVEL DE CONSCIÊNCIA É ELEVADO.

Porque é que não bloqueias as aplicações?
Porque é que não deixas o telefone noutra divisão?
Eliminar.
Bloquear.
Eu tentei de tudo.
Durante muito tempo. 
Anos da minha vida entre tentativas.

Sempre fui consciente do meu vício. 
Que comparado com a maioria, é muito subtil.
Mas é um vício. 
É uma limitação.
Uma falta de controlo e opção.
E eu não consigo lidar com isso.

Após muito esforço.
Anos de otimização. 
Sem levar o iPhone para o quarto.
Sem net depois das 22 horas.
Internet condicionada até às 12 da tarde.
Sem aplicações específicas de tempo em tempo. 
Limitações no WhatsApp. 
Etc… 

Tentativas. 
Apenas isso.
Consegui minimizar os danos.
Mas continuei a perder parte da minha vida para um monitor que não mede mais do que 15 cm.

Essa consciência foi aumentando.
Aumentando.
Até que se tornou inaceitável. 


LEVEI UMA CHAPADA DE REALIDADE.

Na semana passada tivemos um evento.
A comunidade da Mini-Nasa juntou-se. 
Muito trabalho. 
Juntas pessoas ambiciosas e a otimização não tem limites. 
Em sala. Fora de sala. Do pequeno-almoço ao Jantar.

Num desses jantares, 
Partilhei a minha reflexão. 
A dificuldade que eu tinha, em aceitar ser controlado por algoritmos.
Aterrar, sem intenção, num vídeo aleatório.
Toda a mesa sentiu o mesmo.

Qual é a tua média diária no telemóvel?
2 horas. 3, 4 horas. Alguns mais. 
Conta-me, dessas 4 horas. O que te lembras?
Silêncio.
Ninguém conseguiu uma resposta.
Nada. São horas de vazio. 

No meio daquela conversa, 
Tentamos mensurar. 
Não o passado.
O futuro.
Quantos anos eu vou perder enfiado num ecrã?

4 horas por dia.
1.460 horas por ano.
78 mil horas até ao final da vida. 
9 anos da vida daquela pessoa que estava à minha frente.
9 anos enfiado num telemóvel.
Não interessa a fazer o quê.
Nada justifica.

E não são 9.
São mais.
São 14 anos.
Porque passamos ⅓ da nossa vida a dormir. 
Silêncio.
Foi um momento duro. 
Uma pessoa. 
Que só tem um bilhete.
De forma inconsciente a trocar 14 anos da vida por nada.
Por vazio. 

E não está sozinho.
Eu não passo 4 horas por dia.
Mas passo 1,2h. 
São 3 anos inteiros da minha vida.
Inteiros. 
Sem a minha filha. 
Sem a minha mulher.
Sem recordações.
Sem momentos que justificam a vida.
Silêncio. 

Vou vender o iPhone na segunda-feira!
Decidi.
Ali, no momento.
Apostei, e já ganhei.
Foi a primeira coisa que fiz na segunda.
Comprei um tijolo.
Vendi o meu iPhone.
Pedi de volta os 3 anos que estavam penhorados.

E tu?
Quantos anos vais desperdiçar?
Deixo-te aqui a fórmula,
(Média diária) x 365 x (Média de anos até fim da vida) / 24 / 365

Enquanto enfrentas essa realidade. 
Vou-te deixar as minhas razões.
O algoritmo que corri na minha cabeça durante aqueles 20 segundos.


#1 - DESENHADO PARA SER IMPOSSÍVEL DE CONTRARIAR.

Não somos todos iguais. 
Existem os bons.
Os excecionais.
E uma pequeníssima fração, os génios.
Esses, estão quase todos num sítio.
A trabalhar diariamente para dominar a tua atenção. 

Vou contrariar?
Melhor, vou conseguir contrariar?
O momento onde compraste o primeiro smartphone, foi onde perdeste.
É aí que a batalha acabou. 
Pessoas de todas as idades.
Todas.
Crianças.
Jovens.
Adultos. 
Pessoas que passam mais de 50 anos sem um telemóvel. 
No espaço de meses, estão descontrolados.
Scroll sem parar.
Demasiado fácil.
Demasiado duro de ver.

De um lado temos a nossa autoconsciência.
Do outro temos milhões a serem investidos para a contrariar.
Tecnologia.
Psicologia.
Neurociência.
Sociologia.
Demasiadas variáveis para a nossa compreensão.

E nós somos peões.
Entendi que não conseguia ganhar o jogo.
O esforço que eu colocava, nunca era suficiente.


#2 - DEIXEI DE SABER LIDAR COM O ABORRECIMENTO.

Qual foi a última vez que te sentiste aborrecido?
Eu nem me lembrava.
Todos os tempos “mortos” eram canalizados para o telemóvel. 
Sentado no sofá.
Na fila do supermercado.
Na casa de banho.
Em qualquer sítio.
Sem consciência, a minha atenção ia para o iPhone. 

Comecei a medir esse custo.
A refletir sobre qual o custo de oportunidade desses momentos.
O que eu estaria a fazer se não existisse esse reflexo?
O que estou a deixar de descobrir?

Já ninguém pensa.
Já ninguém se senta apenas para pensar.
Descartes, Einstein, Aristóteles, Thomas Jefferson, … 
Todos eles.
Paravam.
E apenas pensavam. 
O ato de se deixarem levar pelo aborrecimento. 
“O ato de te sentares e não fazeres nada.” Naval Ravikant

O custo é gigantesco.
Como não te provocas ao aborrecimento.
Não expandes o já fazes.
Aceitas que é suficiente. 
Trabalhas, comes, dormes, e o resto é distribuído no telefone. 
Deixas de provocar coisas novas. 
Experimentar.
Criar alternativas a não fazer nada.

O vazio traz reflexão. 
Reflexão, traz profundidade aos nossos pensamentos.
Faz-nos questionar. 
Faz-nos equacionar alternativas.
Se vazio não existe, 
É um baralho de cartas.
Acabamos a viver sem questionar.
A sobreviver.


#3 - DEIXEI DE TER HOBBIES SÓ PELO PRAZER DE OS TER.

Pintava.
Deixei de pintar.
Desenhava.
Deixei de desenhar.
Criava móveis.
Deixei de criar.
Saía ao fim de semana só para fotografar.
Deixei de o fazer.

Hobbie após hobbie. 
Tudo se foi. 
Substituí o prazer pelo objetivo.
A profundidade pela velocidade.
A qualidade pela quantidade.
E foi rápido.
Consequência de não existir espaço vazio no meu dia.

O ato de criar só para ficar satisfeito, desapareceu.
A originalidade, desapareceu. 
Fazer apenas para mim, desapareceu. 
A minha personalidade. 
Foi isso que desapareceu. 

A culpa não é do iPhone.
É uma consequência do vício. 
Primeiro, aumentaram o tempo que passamos diariamente num ecrã. 
Depois, diminuíram o tempo que dedicamos a cada conteúdo.
Rápido.
Rápido.
Rápido. 
Tudo é rápido.
A qualidade não acompanha esta velocidade.
A nossa biologia não acompanha esta velocidade.
O tempo não se estende para acompanhar esta velocidade. 
É uma troca. 
E nós, sem consciência, trocamos o nosso prazer.

Eu consigo dizer onde fiz a minha primeira pintura.
Descrever o meu primeiro móvel.
O primeiro jantar com a minha mulher.
A primeira palavra da minha filha.
Mas não consigo dizer o que vi há 3 dias no iPhone. 
Nem uma única coisa.
Vazio de significado.

São 78 mil horas de vazio até ao final da vida. 
Inaceitável. 


#4 - NÃO ESTAVA A VIVER. 

Este era o grande problema.
No fim, essa era a troca.
Esse era o tema daquele jantar.
Não é sobre iPhone.
Smartphone.
Nem sobre tempo. 
É sobre a tua vida.

Como eu escolho viver?

E eu aceitei!
Tenho vivido muito pouco.
No meio dos desafios, das tarefas, do dia a dia. 
Tenho vivido muito pouco. 

Foi uma constatação triste. 
Porque revelou uma fragilidade.
Um descontrole sobre a minha vida.
É o que é.

Eu quero viver.
Ter experiências físicas.
Poder estar mais com a minha filha.
Fotografar, pintar, desenhar e construir móveis.
Ler mais, mais tempo.
Escrever mais, mais tempo. 
Poder não fazer nada. 
Só isso.
Poder não fazer nada.

E eu não podia.
Não porque escolhi.
Porque fui condicionado.
E o telefone não ajudou. 
Vendi-o.
Troquei-o por um tijolo.
Que liga. 
Envia mensagens. 
E permite-me lidar com o aborrecimento.

Tem desvantagens.
Muitas.
Muitas mesmos.
Mas todas elas, sem exceção, eram desculpas.
Desculpas que não pagam 14 anos da minha vida.

E este texto não é sobre ti.
Não quero saber se continuas, ou não, com o telefone.
É sobre mim.
Sobre a constatação de uma falha. 
Uma falha que me custou muito.
Mas que podia ter custado muito mais. 

É sobre o que de mais transparente tenho para te passar.
Falhamos. 
Somos condicionados.
Faz parte.
Não fosse viver o ato mais desafiante.

Abraço, Luís Diogo 🫡

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